20.10.09

chuva obliqua

Ilumina-se a igreja por dentro da chuva deste dia, E cada vela que se acende é mais chuva a bater na vidraça... Alegra-me ouvir a chuva porque ela é o templo estar aceso. E as vidraças da igreja vistas de fora são o som da chuva ouvido por dentro... O esplendor do altar-mor é o eu não poder quase ver os montes Através da chuva que é ouro tão solene na toalha do altar... Soa o canto do coro, latino e vento a sacudir-me a vidraça E sente-se chiar a água no facto de haver coro... A missa é um automóvel que passa Através dos fiéis que se ajoelham em hoje ser um dia triste... Súbito vento sacode em esplendor maior A festa da catedral e o ruído da chuva absorve tudo Até só se ouvir a voz do padre água perder-se ao longe Com o som de rodas de automóvel... E apagam-se as luzes da igreja Na chuva que cessa...


FP.

4 comentários:

Arquivo do blogue

Seguidores